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Thursday

Horas vagas

Está quase a acabar
Dá-me só mais um minuto
Uma nota escrita no ombro do amor
Nada faz mais sentido
Levanta-te e dorme até ficares melhor
Multidão perdida na rua sem fim
Tenho de mudar algo para melhor
Tudo para nada, esqueci-me num segundo
Prioridades à parte, e voltas a existir
Foge incerto, para sempre
Laminado como a lua, doce como o sal
Viajei três dias para envelhecer seis anos
E tudo porque acreditei que estarias ao acordar
Cada um por si até ao final
Uma noite de verão extinta
Um filme já visto à beira mar
Permanecemos no mesmo lugar, observando o movimento
Irónica como a metáfora da existência
Mas leve como a brisa que nos move indefinitivamente
Sorri porque amanhã será certamente pior
Porque afinal o dia não foi assim tão mau
A infelicidade só existe para que possas sonhar
E a esperança já morreu à demasiado tempo
Levei a mão ao peito, o coração deixou de bater
A banheira acolhe o corpo inerte
Os olhos fixam o tecto
Não sei o que pensar
Continuo a viver para sempre
Até ao fim