O meu coração continua a bater, embora nada signifique. Estou preso entre o terno tédio e o profundo extâse branco. Será que me consegues ouvir? Certamente que não.
Bloqueios mentais constantes, divergências irreconciliáveis, os amigos que enterrei naquela tarde de inverno, e que jamais verei.
O meu amor mora na porta ao lado, é meu vizinho e fingi não o ver, mas hoje decidi tirar a venda que me cobriu os olhos durante tanto tempo, e a luz do sol cegou-me.
Passeios a beira rio, ainda falta muito tempo para te poder sentir, não há nada a fazer, é inutil resistir.
O bosque sagrado, o significado de uma mão, este calor sufocante, a imagem intermitente projectada na minha boca. Por quanto tempo faremos parte deste sonho de verão?
Dois corpos desintegram-se, á medida que o vento os espalha pela nocturna cidade, os amantes observam, luxuriante invasão de um som nunca antes escutado, eu acredito em ti, tanto como nas farsas burlescas de um teatro experimental.
Não há palavras.
Não há ausência.
Tudo se resume a um muro no meio do caminho, ao suor do corpo...
Hoje carreguei a arma, e por pouco não a disparei.
Tiro certeiro do outro lado da mancha, que por momentos pensei seres tu.
Estou tão feliz que tudo não passe da minha imaginação, á medida que o copo meio vazio faz a sua ultima viagem em direcção ao chão.
Está tudo iluminado.
Como é lindo esse sorriso.
É um prazer conhecer-te.
Como te chamas?
Já não me esqueço mais.
Verdades empacotadas em cima de um divã, para sempre esquecidas, ocasionalmente recortadas.
Sunday
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Posted by The Absence Of a Wall at 7:54:00 AM