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Tuesday

A casa de campo

Tudo roda, tudo estagna no ponto que há-de vir.
Eles vão encontrar-nos! É uma questão de tempo. E depois o que será feito de nós?
Sinto a minha sanidade por um fio.
E a queda, a iminente queda na escuridão de um ponto.
Levantei-me da mesa sem pedir permissão e fui observar as estrelas para a varanda, os cães ladravam ao som do piano que se fazia ouvir de forma pouco constante, preenchiam os vazios causados pelo silêncio, que estranha melodia aquela, na atmosfera rural de uma casa isolada no campo.
E está quase a chegar, sinto o chão a fugir, o corpo e a mente a vacilar, tudo deixa de estar provido de significado, e sem que nada possa fazer, começo a cair. Não vejo nada, estou rodeado de um negro profundo, apenas sinto o vento na cara e o corpo a deslocar-se, não vejo o chão, tento olhar para cima, mas as estrelas também desapareceram.
Estou preso nesta queda constante.
Para sempre neste lugar.
Absoluto.