A erva queimada, o sol penetra o chão
O calor imenso do momento acabado
Enquanto o vento canta a sua canção
A curiosidade paira, monta o cavalo alado
Entras na porta, atravessas o risco pintado na entrada
Foges por caminhos que julgavas extintos
E sentes a tua consciência pura para sempre amarrrada
Abre os olhos e encontra a saída destes infindáveis labirintos
Rasga o poema, a corda solta
Inventa uma rima, e outra, e outra
Não desistas do tempo que tenho para te dar
E no fim de contas, é a nossa sina sonhar
Vivemos o nosso inverno noutra estação
Entre montes de erva daninha e pudor
Enganámos amigos, demolimos a prisão
Queimamos caixas de fósforos, protegendo o amor
E afinal marquei o meu nome em todas as folhas
Caídas no chão molhado pelos suspiros ternos e lágrimas perdidas
Desisti da poesia, das rimas e de toda uma realidade
Para me descobrir nas ondas que matam as sereias de prata
Um homem partiu ao som das sirenas, tornou-se criança e jamais voltou
Wednesday
A árvore rachada no cimo da colina - (Protótipo de um poema)
Posted by The Absence Of a Wall at 12:51:00 AM